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Como fica sua internet com as novas franquias de uso?

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Kaio Macedo

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A chegada das franquias de dados para os planos de internet doméstica já está aí, e deixando muita gente preocupada. Afinal de contas, tudo está prestes a mudar em um cenário no qual o consumo de dados passa a ser contabilizado – e, possivelmente, cortado – uma vez que se ultrapassa um determinado limite. A mudança vale para as principais operadoras de telefonia do país, e por enquanto, somente nos planos de ADSL, que constituem a maior parte das conexões de banda larga brasileiras.

 

Para os operadoras, trata-se de uma medida para garantir a qualidade do serviço, tanto para quem faz uso intenso da rede quanto para os usuários que a utilizam apenas esporadicamente. Em um mundo em que o conteúdo sob demanda e o streaming são cada vez mais utilizados e, mais do que isso, geram grande stress sobre as conexões, a limitação é vista como uma forma de garantir que não existam problemas e que tudo corra bem para todos os clientes das empresas.

 

Por outro lado, usuários argumentam que essa seria uma medida para evitar a realização de investimentos para lidar, justamente, com esse consumo maior. Em vez de ampliar a capacidade das redes para permitir um uso livre, as companhias estariam seguindo o caminho oposto, com o corte. Associações de defesa dos direitos dos consumidores também veem as mudanças como algo negativo e pedem o apoio da Anatel na criação de uma regulamentação, além de citarem até mesmo o Marco Civil da Internet quando falam em uma fragmentação da internet, entre aqueles que podem pagar mais por planos “infinitos” e aqueles com conexões mais básicas e limitadas.

 

Toda a discussão, entretanto, não muda o fato de que as franquias de utilização estão aí, aparentemente para ficar. E enquanto processos como o da 1ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, um órgão ligado ao Ministério Público, não surtem seus efeitos em obter informações das operadoras, além de outras ações que tentam barrar as mudanças, não têm resultado, o negócio é se preparar para as mudanças e tentar evitar, ao máximo, ficar sem internet.

 

Como vai funcionar em cada operadora?

 

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Na prática, a mudança na prestação do serviço vai tornar os serviços de internet caseira bastante semelhantes às redes mobile. Uma vez atingida certa franquia de consumo mensal, a conexão pode ser cortada ou ter sua velocidade altamente reduzida, muitas vezes para a menor disponibilizada pela operadora, até que se termine o período. Nesse meio tempo, pacotes de franquias adicionais podem ser oferecidos para os usuários que quiserem manter o uso normal da banda larga.

 

Por exemplo, uma conexão de 15 Mega, que oferece downloads a cerca de 1,5 Mbps, pode ter sua velocidade reduzida para 300 Kbps caso a franquia de consumo do cliente seja atingida antes do final do mês. Em outros casos, ela pode ser cortada definitivamente, caso não exista a compra de pacotes adicionais. O consumo poderá ser medido por um sistema próprio, que é disponibilizado por cada operadora, e os preços e condições da franquia também variam entre as principais empresas do país.

 

A franquia em si também depende do plano escolhido. Opções mais básicas, por exemplo, podem contar com um limite de 80 GB a 100 GB por mês, enquanto opções mais caras e rápidas podem ter limites maiores. O valor da mensalidade também deve influenciar no preço de pacotes adicionais. Além disso, nada impede que as operadoras ofereçam contratos sem franquia de dados, o que, claro, deve constituir a oferta mais cara dos serviços.

 

A NET, por exemplo, informa que sempre trabalhou com limites de consumo para seus clientes, reduzindo a velocidade à menor oferecida – 2 Mbps – sempre que o limite é estourado, apesar de muitos clientes afirmarem que isso, muitas vezes, nem chega a acontecer. Já a Oi anunciou que as franquias de consumo mensais passam a valer a partir da próxima segunda-feira, dia 21 de março, com as velocidades contratadas pelos clientes sendo reduzidas para 300 Kbps caso o usuário utilize toda a franquia.

 

Já a Vivo afirma que passará a trabalhar com o sistema apenas a partir do ano que vem, sem informar se realizará bloqueio ou redução de velocidade. Até 1º de janeiro de 2017, a empresa vai investir em ações educativas para ensinar os clientes a fazerem melhor uso de suas redes e evitarem ter a internet cortada. Além disso, pelo menos até o momento em que essa reportagem foi escrita, nenhum plano de internet de fibra ótica teve franquias de consumo anunciadas, o que não significa que essa prática não pode se aplicar a eles no futuro, mas apenas que os clientes não precisam se preocupar com isso no momento.

 

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À via de regra, tanto o download quanto o upload de arquivos contarão para a franquia. As operadoras vão levar em conta a quantidade de dados trafegados nos dois sentidos pela rede durante a utilização de qualquer serviço. Isso vale tanto para o computador quanto para celulares, tablets, set-top boxes e consoles de video game. Se um dispositivo usa a internet, ele está consumindo banda.

 

O ideal é verificar junto à sua operadora como tudo vai funcionar e também a forma com a qual cada uma vai lidar com a franquia. Elas são obrigadas pela Anatel a disponibilizarem medidores de franquia com atualização em tempo real, e é por meio deles que o usuário deve acompanhar seu consumo. Em alguns casos, as sobras podem ser acumuladas para o mês seguinte, em outros, não. As condições variam entre as empresas e de acordo com o plano escolhido, portanto, o ideal mesmo é checar contratos e verificar como será no seu caso.

 

Quais serviços são os maiores consumidores?

 

No topo da lista dos maiores “fominhas” da internet estão as plataformas de streaming e os serviços de compartilhamento de arquivos. Dando nome aos bois, Netflix, YouTube, Twitch e torrents devem ser os maiores vilões da economia de banda, e seus usuários frequentes serão os maiores afetados, de maneira negativa, pela mudança no funcionamento dos planos de banda larga.

 

De acordo com dados da Netflix, a utilização de seus serviços em HD consome cerca de 3 GB por hora, independentemente do dispositivo utilizado para isso. No caso das músicas do Spotify, por exemplo, a estimativa é de um consumo de cerca de 80 MB a cada 60 minutos de reprodução, na opção de qualidade média que é utilizada pela maioria de seus usuários do tier gratuito. Para os torrents, o que você vê é o que você gasta – baixar um arquivo de 2 GB gastará esse total em sua franquia, com uma pequena margem de erro para cima devido ao funcionamento dos aplicativos e conexão com a rede.

 

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A realização de transmissões ao vivo, jogatina online pelo PC, PS4 e Xbox One ou o upload de vídeos para o YouTube também contam para a franquia de consumo, e muitas vezes, os totais são equivalentes aos citados acima. Postagens no Facebook, visualização de vídeos ou GIFS no Twitter ou o carregamento de linhas do tempo também gastam banda, mas representam valores menores que os serviços de streaming. Uma boa medida para isso é o download de velocímetros de consumo no celular – algumas plataformas já possuem esse tipo de ferramenta como parte do próprio sistema operacional. Eles acompanham a utilização por aplicativo e também permitem uma medida do que cada software está consumindo de acordo com a utilização individual.

 

Quando se fala em residências com mais de uma pessoa, gerenciar tudo isso se torna bastante complicado, mesmo com a existência de medidores online de cada operadora. O ideal, aqui, é acompanhar tudo de perto e explicar a situação para cada um dos usuários, pedindo que eles também economizem para que nenhum fique sem rede antes do fim do mês.

 

Como economizar?

 

O Netflix conta com uma opção que permite o controle da banda e a desativação dos vídeos em alta definição. Imaginada para evitar as interrupções para carregamento em conexões mais lentas, a funcionalidade também pode servir em um período de economia de consumo. O efeito, entretanto, é a redução na qualidade do streaming.

 

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Para fazer isso, acesse as configurações do serviço clicando na setinha ao lado de seu nome, na parte superior direita da interface. Lá, selecione a opção “Sua conta” e, na sequência, clique em “Configurações de reprodução”, sob a guia “Meu Perfil”. Observe as opções e selecione a mais adequada ao perfil de sua rede. Para facilitar, o Netflix exibe o consumo médio de cada uma delas.

 

O YouTube também possui uma opção semelhante, que pode ser acessada vídeo a vídeo, por meio da engrenagem que aparece no canto da tela de reprodução de qualquer um deles. Além disso, é possível configurar isso de maneira permanente nas configurações do usuário.

 

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Para fazer isso, clique sobre a sua foto, no canto superior direito da tela, e selecione o botão com a engrenagem. Escolha a opção “Reprodução” e, logo depois, você verá as opções referentes à economia de banda. O YouTube é capaz de escolher a qualidade dos vídeos de acordo com a velocidade de sua conexão, ou então, bloquear permanentemente a reprodução de clipes em HD. Escolher essa alternativa – mais uma vez, voltada para conexões mais lentas – pode reduzir significativamente o consumo.

 

Configure opções semelhantes em outros serviços de streaming que você utilize. Mas, com exceção das dicas passadas aqui, fica até difícil falar em mais alternativas para economia de banda. A melhor maneira de evitar ter a internet cortada ou ver a velocidade reduzida antes do final do mês é acompanhar de perto o consumo e evitar “utilizações desnecessárias”. Regras parecidas com as de economia de energia valem aqui. Por exemplo, evite usar o Netflix como “companhia” quando estiver sozinho em casa e não deixe o serviço funcionando se ninguém estiver assistindo, ou se for dormir.

 

Além disso, vale a pena desconectar da rede aparelhos que não estejam sendo utilizados no momento, como tablets ou video games, e prefira alternativas mais econômicas para consumo de conteúdo. Serviços premium de música, por exemplo, permitem o download das faixas para reprodução offline, e essa pode ser uma bela alternativa para aquele artista favorito que você ouve no repeat.

 

As coisas podem mudar no futuro?

 

Não dá para saber ao certo. Operadoras de telefonia afirmam que a mudança nos contratos e a utilização de franquias de consumo é perfeitamente legal. Órgãos de defesa do consumidor, entretanto, discordam, não da utilização dos limites em si, mas da maneira como essa alteração está sendo aplicada.

 

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De acordo com a PROTESTE (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), as empresas não podem realizar essa mudança antes que exista uma regulamentação para proteger o usuário, algo que é de responsabilidade da Anatel. Além disso, o uso das franquias lesaria o consumidor caso o serviço fosse cortado ou tivesse uma velocidade reduzida, o que poderia constituir quebra de contrato.

 

O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) vai além, e afirma que, para planos assinados antes da mudança, o corte da internet após o consumo de toda a franquia não é permitido, mesmo que o contrato tenha sido alterado para abraçar essa possibilidade. O órgão também defende a participação da Anatel nessa discussão.

 

A agência, entretanto, já afirmou que o uso das franquias e limites é permitido sob suas normas, desde que dentro de determinadas regras. Elas exigem, por exemplo, a existência de uma ferramenta que permita o acompanhamento do consumo e também alertas enviados para os consumidores quando seus limites estiverem se aproximando. A Anatel também disse estar realizando estudos sobre o assunto e deve, no futuro, criar novas regulações para esse fim.

 

Além disso, a similaridade das conexões caseiras com o mundo mobile também pode trazer artifícios que são vistos nos celulares para as casas das pessoas. Operadoras e empresas podem realizar acordos que isentem a utilização de certos serviços de descontos na franquia de consumo, como já acontece com algumas telecoms no caso de serviços como Twitter, Facebook e WhatsApp. Tais estratégias, inclusive, podem ser usadas como ferramenta de marketing e diferenciadores para fazer com que clientes escolham uma ou outra companhia prestadora.

 

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Por outro lado, há quem diga que esse tipo de prática pode ferir um dos termos do Marco Civil da Internet, que prevê a neutralidade da rede. Pelas normas, nenhuma empresa pode oferecer um serviço diferente de acordo com a plataforma que está sendo acessada. Há controvérsias se uma parceria “gratuita” com redes sociais ou serviços iria contra essa regulamentação, mas essa é uma discussão que ainda vai acontecer, caso as operadoras adotem esse tipo de prática.

 

Por enquanto, o ideal mesmo é se informar. Entre em contato com a sua operadora e não tenha receios de mudar de empresa caso uma concorrente apresente serviços de melhor qualidade ou um sistema de franquias que te atenda de maneira mais interessante. E se não tiver opção, faça um planejamento para economizar banda ou, infelizmente, inclua o valor de pacotes extras no orçamento mensal.

 

Se gostou de j+ para incentivar.

 

Fonte:CanalTech

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Estamos voltando á idade da pedra ,para mim isso já é ditadura á internet agora é para á burguesia pois ó cidadão comum está perdendo o poder de compra e agora também o acesso á informação ,isso já passou dos limites se deixarmos isso acontecer passivamente logo estaremos em um campo de concentração......

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