Saudações a todos,
Antes de tudo me desculpe pelo tamanho do texto que escrevi. Mas gostaria de falar meu ponto de vista sobre um termo que usamos no ramo da eletrônica, em especial no reparo de notebook.
A algum tempo me escrevi a um curso gratuito de eletrônica, apenas por curiosidade. O curso prometia dicas infalíveis para reparar notebook do zero. Isso é um exagero, é sensacionalista *, uma promessa para chamar a atenção dos que procuram tal milagre. O fato é que os primeiros minutos do vídeo foi dedicado a explicar as tensões primárias e secundárias.
Esse termo sempre me incomodou. E na minha opinião, dever ser evitado porque pode ser mal interpretado. Eu entendo que grande parte dos técnicos que trabalham com eletrônica a bastante tempo se acostumaram a usar esse termo para se referi as fontes de tensão dentro de alguns equipamentos, como por exemplo TV de tubo.
Mas quando estamos analisando uma placa de notebook por exemplo não podemos ser tão genéricos e gostaria de explicar o porquê?
Os nomes
Como todos nós sabemos as placas de notebook são alimentadas por fontes chaveadas (SMPS) e em alguns casos por fontes lineares, (não vou entrar em detalhes sobre isso se não o tópico vai ficar maior ainda).
Cada placa, cada fabricante, cada engenheiro pode atribuir como quiser o nome dessas tensões no esquema da placa.
Por exemplo, temos a Wistron que nomeia a mesma tensão de forma diferente.
PG4527 trata-se uma pad na placa limpa que liga os dois pontos. Note que temos uma tensão que irá ativar ao mesmo tempo 5V_PWR e 5V_S5 mas se quisermos analisar uma em toda a placa vamos usar uma e se quiser testar perto da fonte SMPS vamos analisar outra.
Veja também as placas da fabricante Quanta que produzia as placas Sony:
Temos o nome de 4 tensões de 3V, nomeadas diferentes.
Mas como saber quando cada uma das tensões vão ser ativadas? Porque esse pobre mortal acredita que é não é proveitoso usar os termo tensão primária ou secundária ou mais doloroso ainda as fontes terciárias para falar dos problemas de alimentação das placas?
Estados de ativação
Como vimos os nome das tensões variam de fabricante de placa para fabricante de placa. Mas todas seguem o mesmo princípio. Nós podemos chamamos de estados de ativação ou como alguns esquemas chamam de Voltage Rail.
Partir para analise de que as tensões têm estados de ativação pode te ajudar a não levantar o que não deve, e nem em perder tempo em testar algo que não foi ativado ainda ou nem deveria ter tensão.
Se você chegou aqui entendo se você fechar o post e ir fazer outra coisa. Mas se puder, não deixe de ler o restante depois.
Em geral as os fabricantes das placas separam esses estados de ativação por S5, S4, S3, S0. Sendo o primeiro estado o S5 com algumas tensões na placa ativa e S0 com todas as tensões ativas.
Mas antes de tudo isso temos umas tensões muito importante para ser analisadas os LDO*.
LDO
Se fosse nomear um tensão como primaria essa seria o LDO. Ela é, em geral, a primeira tensão que deve aparecer na placa ao se conectar o carregador. Sem ela a placa não vai ligar e nem o estado S5 vai estar ativo.
Veja no esquema, siga as setas vermelhas:
Como você pode ver, resumidamente, tudo isso aconteceu enquanto o S5 o primeiro estagio estava "dormindo".
É claro que não estou dizendo que devemos chamar o LDO da placa como tensão primaria. O que eu quero dizer é que usar os termos fontes primarias e secundárias é muito vago. E pode levar ao erro ou dificultar a analise da fonte de tensão.
Eu entendo que usar esses termos dificulta um pouco na hora de estudar o defeito na placa. Mas você acostuma seu cérebro a pensar em analisar a placa por estágios.
Referencias
Fontes SMPS e fontes lineares: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fonte_de_alimentação
LDO: https://en.wikipedia.org/wiki/Low-dropout_regulator
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