Dois planetas gigantes gelados colidiram ao redor de uma estrela parecida com o Sol a 1.800 anos-luz de nós, deixando um rastro de luz e poeira. Para uma equipe de astrônomos, o evento parece explicar o aumento repentino do brilho da estrela na luz infravermelha, observado três anos antes do seu escurecimento na luz visível.
Em 2021, a estrela chamada 2MASS J08152329-3859234 mostrou brilho cada vez mais fraco para telescópios que a observavam na luz visível. Depois, ela passou a ser monitorada regularmente por outros telescópios ao redor do mundo.
“Um astrônomo nas redes sociais apontou que a estrela ficou mais brilhante no infravermelho por mais de mil dias antes de escurecer na luz visível”, relatou Matthew Kenworthy, coautor do novo estudo que descreve a descoberta.
A rede de astrônomos profissionais e amadores estudou a estrela intensamente, acompanhando as mudanças em seu brilho ao longo de dois anos. Depois da detecção das mudanças na luz visível, ela recebeu o nome ASASSN-21qj.
Após as observações, os pesquisadores concluíram que a melhor explicação para as variações na luz da estrela é a colisão entre dois exoplanetas gigantes gelados. O impacto parece ter produzido um brilho infravermelho observado pelo telescópio NEOWISE, da NASA, projetado para procurar cometas e asteroides.
O vídeo abaixo simula a colisão entre os exoplanetas gigantes:
O choque dos planetas gerou uma nuvem de detritos, que se moveu para a frente da estrela três anos depois — foi isso que fez ela parecer ter escurecido na luz visível. O esperado é que a nuvem comece a se dissipar nos próximos anos, e quando isso acontecer, a dispersão da luz nas partículas pode ser detectada com observatórios em solo, ou com o telescópio James Webb.
Enquanto isso, os astrônomos planejam continuar observando o sistema para acompanhar seu desenvolvimento. “No fim, a massa de material ao redor do remanescente pode se condensar para formar um grupo de luas, que vai orbitar ao redor desse planeta”, sugeriu Zoe Leinhardt, coautora do estudo.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature.
Fonte: https://canaltech.com.br/espaco/luz-de-estrela-a-1800-anos-luz-da-terra-revela-colisao-planetaria-266395/