Antes de ter um microscópio, e de conhecer essa técnica que quem me apresentou dias atrás foi o @edsonninja a melhor maneira que eu conhecia para reparar pads e trilhas em placas, era remover as trilhas e ou pads de uma outra placa doadora usando objeto afiado e então inserir esta trilha e ou pad na placa a ser consertada utilizando algum tipo de cola instantânea, e nos casos onde a soldagem de novo componente sobre o reparo era feita com o ferro de solda obtive sucesso muitas vezes desta forma no passado.
Tenho visto por aí vários vídeos mostrando a técnica do fio enroladinho pra fazer o pad, usando mascara de solda UV para fixar e dar acabamento, e embora não me tenha aparecido uma placa que necessitasse deste tipo de reparo nos últimos tempos, afim de praticar e estar pronto para eventualmente executar quando necessário for, eu repliquei está técnica com sucesso, acredito que funcionaria muito bem pra uso prático.
Confesso que achei difícil e demorado, mas como qualquer coisa que se pratique com afinco, é algo que se pode aperfeiçoar tanto em qualidade quanto em velocidade, esta é uma técnica que traz sim um bom resultado, os que obtive podem ser vistos nas figuras 1 a 4 abaixo.
Figuras 1 e 2.
Figuras 3 e 4.
Mostrando os resultados obtidos acima o Ninja sugeriu tentar essa outra técnica abaixo e pediu pra depois contar a ele os resultados e embora já o tenha feito estou compartilhando com vocês pois achei fantástica e muito mais fácil de executar do que esta do fio enroladinho.
Figura 5
Para obter essas trilhas e pads redondos que podem ser visto na imagem acima, não tem mistério nenhum, para fazer este enorme no lado esquerdo da foto (que mede 3.5mm por 3.5mm aproximadamente) foi necessário utilizar um maçarico médio, mas para fazer o bem pequeno mais no centro da imagem tudo que se precisa é de um isqueiro comum, a esfera de solda que foi utilizada para comparação de tamanhos é uma 0.5.
Basta pegar um fio de cobre fino e colocar a ponta dele na chama do isqueiro durante algum pouco tempo pra que se forme uma bolinha de cobre na ponta do fio, feita a bolinha de cobre na ponta do fio, macetas com um martelo contra algo duro, e pronto... Tens um pad redondinho na ponta de uma trilha achatada.
Dependendo da quantidade de curvas necessárias na trilha pra ligar o novo pad ao local de origem pode ser interessante posicionar a bolinha de cobre sobre o local correto onde o novo pad vai ficar na placa, e moldar o fio no formato adequado do contorno da antiga trilha pra só então prensar ou macetar a trilha já no formato certo.
Estes da Figura 5 acima, e da Figura 6 abaixo foram feitos sem qualquer critério, apenas para ilustrar a técnica utilizando diversas bitolas de fio, por isso não me preocupei de fazer qualquer tipo de acabamento.
Figura 6
As primeiras vezes que tentei executar está técnica eu obtive alguns problemas, e o problema era a qualidade dos fios supostamente de cobre que eu estava utilizando, ao aplicar calor a bolinha se formava na ponta do fio mas ao prensar ou macetar ela esfarelava totalmente, então deixo aqui algumas sugestões de fios de cobre que encontrei com boa qualidade para a execução deste tipo de trabalho:
01 - Fio da bobina de relé (daqueles mais comuns utilizados em no-breaks).
02 - Filamentos de fio de cabos Rj11 de telefonia.
03 - Filamentos de malha dessoldadora ( dica do ninja ).
04 - Fios esmaltados para bobinamento de motores e transformadores no geral (cuidado pra não usar os de alumínio)
05 - Filamentos de fios flexíveis utilizados comumente para extensões elétricas funcionam bem também, no entanto os resultados que obtive foram melhores utilizando fios esmaltados do que aqueles obtidos com fios de cobre puro sem isolamento.
Depois que se pega a manha da coisa leva-se segundos para confeccionar um pad com trilha e uns poucos minutos para soldar a nova trilha no local de origem e dar acabamento com a mascara de solda UV.
As vantagens que vi neste método de trabalho são as seguintes:
01 - É muito mais rápido e fácil (depois que se pega a manha).
02 - Não exige tanta destreza.
03 - O acabamento ao final do serviço fica melhor e mais rente da placa, e dependendo de como for feito nem será possível distinguir de um pad original, para obter este resultado extremo de qualidade teria que raspar parcialmente a placa criando sulcos para encaixar o novo pad e a nova trilha em todo o percurso até o ponto onde será soldada na origem pois, pelo menos no meu caso eles ficaram pouco mais espessos que os originais (ainda assim muito menos espessos que o fio enroladinho ficaria), e utilizar para acabamento mascara de solda da mesma cor que vem originalmente na placa, nesta técnica para acabamento absolutamente perfeito talvez a mascara de solda convencional seja seja mais adequada visto que abaixo do cobre do pad e da nova trilha não será possível aplicar UV.
Resumindo, recuperar pads desta maneira proposta pelo Ninja é mamão com açúcar, piece of cake, como diriam os gringos.
Boa sorte na execução, e pratiquem em placas próprias de sucata antes de fazer em placas de clientes.
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