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110V e 220V: conheça as diferenças entre elas e saiba qual é a melhor opção


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Grande parte dos equipamentos eletrônicos e eletrodomésticos utilizados no cotidiano oferece a opção para ligação de 110 ou 220 volts. Saiba quais são as diferenças entre elas e outras curiosidades

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Na hora de comprar um novo aparelho elétrico, é comum nos depararmos com especificações que mostram diferentes voltagens nos detalhes técnicos do produto em questão. 110V e 220V são as que, atualmente, são adotadas em todo o território nacional. Há ainda os aparelhos bivolt, aqueles que aceitam dois tipos de tensão. Mas o que explica a existência desses três tipos de voltagem? E quais são as principais diferenças entre elas? O Showmetech te conta essas e outras curiosidades nesta matéria.

 

A origem dos 110V e 220V

Eventualmente, você já deve ter viajado para outras cidades do Brasil em que as tomadas tinham uma tensão diferente das que você estava habituado a utilizar, ficando dessa forma sem poder usar o secador de cabelo, o barbeador ou até mesmo o carregador da bateria do seu smartphone. Mas por que há essa variação? Para responder essa pergunta, é preciso voltar um pouco no tempo.

No final do século XIX e início do século XX, período no qual a rede elétrica passou a ser instalada no país, diversas companhias que existiam por aqui passaram a tomar conta de cada região do Brasil. Isso significa que não houve uma convenção sobre a energia elétrica na época, permitindo que cada concessionária seguisse influências do seu país de origem. Por exemplo, nos Estados Unidos, o 110V sobressaía, e as regiões brasileiras que tiveram influências dos americanos, como o Sudeste, optaram por esse tipo de potencial elétrico. Poucos foram os casos de concessionárias que adotaram as duas tensões em uma mesma instalação.

As escolhas dos métodos que seriam utilizados foram feitas levando em consideração, principalmente, a economia e segurança que um sistema poderia apresentar em relação ao outro. A distribuição de energia elétrica tende a ficar mais barata com transformadores e fiação de postes no 220V. Apesar disso, o 110V é uma opção mais segura, sendo por este motivo a mais utilizada no país. Atualmente, o continente americano inteiro usa mais 110V, enquanto que Europa, África e Ásia optam em sua maioria por 220V.

 

Há diferença entre as tensões?

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Apesar dos diversos mitos existentes, não há diferença técnica entre as duas tensões.

 

Basicamente, a única diferença entre ambas as tensões está relacionada às instalações elétricas, ou seja, o que difere o uso de 110V e 220V é o dimensionamento dos componentes da instalação elétrica. Uma instalação em 220V permite que os fios que atravessam os cômodos de uma residência sejam mais finos do que os utilizados em instalações de 110V. Isso significa que não há uma diferença técnica entre as duas tensões. O desempenho dos aparelhos será exatamente o mesmo, independentemente se ele estará conectado a uma tomada de 110V ou 220V.

Muitas pessoas acreditam erroneamente que aparelhos de tensão 220V consomem menos energia — há quem também pense que o gasto será maior — quando comparados aos de menor tensão. O consumo de energia elétrica depende exclusivamente da potência (em Watts) e do tempo de uso do equipamento. Casas e apartamentos que possuam tensão 110V ou 220V têm o mesmo desempenho e consumos idênticos de energia.

 

Qual delas é a mais segura?

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Novo padrão brasileiro de tomadas diminui o risco de choques elétricos em residências.

 

 

Segundo especialistas, levar um choque em uma tomada de 220V é duas vezes mais perigoso, simplesmente pelo fato desta tensão ser o dobro da outra. Sendo assim, se você procura por uma maior segurança, a melhor escolha será adotar a tensão de 110V. No entanto, com a implantação do novo padrão de tomadas no Brasil, esse risco diminui significativamente. Os novos plugs tornam praticamente impossível que o consumidor leve um choque ao colocar equipamentos na tomada.

No entanto, é preciso ficar atento quanto à tensão fornecida pela tomada e à aceita pelo aparelho eletrônico. Se seu aparelho for bivolt automático, não há o que se preocupar, pois existe um circuito eletrônico protetor que detecta e opera na tensão da tomada. Na maioria dos casos, os aparelhos bivolt automáticos funcionam em tensões de 100 a 240 volts.

O problema é conectar um aparelho em uma tensão acima da suportada por ele. Quando ligamos um aparelho de 110V, por exemplo, em uma tomada de 220V, ele irá queimar por não estar preparado para aquela tensão elétrica. Nesse caso, será necessário utilizar um transformador de tensão. Eles irão converter os 220 volts de tensão da tomada para os 127 volts de tensão aceitos pelo seu aparelho.

Por outro lado, ligar um aparelho de 220V em uma tomada de 127 volts não ocasionará danos ao aparelho, no entanto, ele não funcionará corretamente, ou seja, com menos força, como é o caso de um ventilador ou chuveiro elétrico, por exemplo. Já em casos que envolvam aparelhos digitais, o mais provável é que eles nem sequer liguem, por não haver “força” suficiente que permita o funcionamento pleno do equipamento.

 

Mas e o 127V?

Como você percebeu ao longo da matéria, utilizamos 110V para nos referirmos a uma das tensões existentes no país. No entanto, a tensão nominal de 110V não é mais utilizada há alguns anos, justamente por não ser mais reconhecida pelo governo brasileiro, já que em dezembro de 1999 todas as concessionárias de energia precisaram substituir as redes em 110V para o sistema padrão de 127V ou 220V. Porém, como a linguagem popular compreende 127V como 110V, utilizamos deste termo, afinal, o importante é se fazer entender por todos.

No entanto, ainda há equipamentos mais antigos que operam na tensão extinta de 110V. Mas, afinal, é seguro utilizá-los numa tensão de 127V? Essa é uma dúvida que gera confusão até mesmo ao realizar rápidas pesquisas no Google, já que respostas bem controversas a respeito do assunto são exibidas no buscador.

Para esclarecer essa questão de uma vez por todas, o Showmetech conversou com o engenheiro eletricista e professor da UNIFTC, Henrique Correia Santos. Segundo o especialista, o uso de aparelhos projetados para operar em 110V em redes de 127V pode sim diminuir a vida útil dos equipamentos. É ainda preciso ter cuidado, pois o uso contínuo pode comprometer a parte elétrica do imóvel, ocasionando eventuais problemas, como quedas de energia, disjuntores desligando e até mesmo curtos-circuitos.

A melhor dica para evitar frustrações e até mesmo incidentes é estar sempre atento aos detalhes sobre energia e tensão apresentados pela ficha técnica dos equipamentos. Além disso, manter uma manutenção periódica na rede elétrica da residência ajuda na vida útil dos aparelhos utilizados no imóvel.

 

A diferença entre tomadas de 10A e 20A

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O uso correto do padrão de tomadas é importante para evitar acidentes e perdas de equipamentos domésticos

 

 

Como dito anteriormente no texto, em vigor desde 2011, o novo padrão de tomadas do país trouxe algumas mudanças e foi responsável por permitir uma maior segurança no uso de equipamentos elétricos em ambientes residenciais, comerciais e industriais. Entre as novidades estão os dois modelos de tomadas disponíveis por aqui: 10A e 20A.

 

O padrão 10A é mais fino e possui plugues e tomadas com 4mm de diâmetro. No geral, as tomadas neste padrão são utilizadas para alimentar equipamentos como eletrodomésticos, computadores de baixo e médio desempenho, carregadores e TVs. Neste modelo, a potência máxima permitida em 127V é de 1270 W, e para 220V a potência máxima suportada é de 2200 W.

 

Já no caso de equipamentos mais potentes, que exigem uma carga reforçada para funcionar, como é o caso de aparelhos de ar-condicionado, secadores de cabelo profissionais e máquinas de lavar roupa, tomadas de 20A se tornam necessárias. Elas possuem plugues e orifícios mais grossos, com 4,8mm de espessura, e uma maior capacidade de transmitir energia com segurança. Nessas tomadas, a potência máxima permitida em 127V é de 2540 W, e para 220V, a potência máxima é de 4400 W.

 

As diferenças nos tamanhos dos componentes também foram pensadas para evitar possíveis acidentes durante o uso de equipamentos elétricos. Dessa forma, evita-se que se conecte um plugue de 20A em uma tomada de 10A, prevenindo superaquecimento nos fios e riscos de incêndios.

 

É ainda preciso estar atento com a espessura dos fios condutores da tomada. Caso os cabos sejam muito finos, pode ocorrer um sobreaquecimento nesse cabo. Confira abaixo a espessura ideal para os cabos:

 

1,5 mm²' ====== 15,5 ampères

2,5 mm² ====== 21,0 ampères

4,0 mm² ====== 28,0 ampères

6,0 mm² ====== 36,0 ampères

10,0 mm² ====== 50 ampères

 

É importante que o projeto elétrico do imóvel contemple os dois padrões de tomadas. É possível utilizar equipamentos de 10A em tomadas de 20 A sem maiores problemas. No entanto, o contrário não deve ser feito em hipótese alguma. Portanto, mesmo que haja a necessidade, jamais utilize adaptadores para utilizar equipamentos que necessitam de 20A em tomadas de 10A.

 

A voltagem nos estados e cidades

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Confira a tabela com as voltagens utilizadas nas principais cidades do país

 

Como explicamos no início do texto, atualmente existem diferentes tensões entre as cidades brasileiras porque a rede elétrica foi implantada por diferentes empresas sem um padrão no começo do século XX, Isso nunca foi padronizado porque o custo seria muito alto. Abaixo, é possível conferir uma tabela com as voltagens utilizadas em diversos estados e cidades do Brasil.

 

ESTADO ===== VOLTAGEM NAS PRINCIPAIS CIDADES

ACRE ===== 127V – Rio Branco, Cruzeiro do Sul e demais cidades

ALAGOAS ===== 220V – Maceió, Maragogi, São Miguel dos Milagres e demais cidades

 

AMAPÁ ===== 127V – Macapá e demais cidades

 

AMAZONAS ===== 127V – Manaus, Parintins, Tabatinga, Tefé e demais cidades

 

BAHIA ===== 127V – Salvador, Ilhéus, Itacaré e Feira de Santana
220V – Porto Seguro (Caraíva, Trancoso e Arraial d’Ajuda), Morro de SP e Praia do Forte

 

CEARÁ ===== 220V – Fortaleza, Jericoacoara, Canoa Quebrada, Aquiraz, Juazeiro do Norte e demais cidades

DISTRITO FEDERAL =====220V – Brasília e demais cidades

 

ESPÍRITO SANTO ===== 127V – Vitória, Vila Velha, Guarapari, Conceição da Barra, Colatina, Itaúna e demais cidades

GOIÁS ===== 220V – Goiânia e demais cidades

 

MARANHÃO ===== 220V – São Luís, Barreirinhas, Alcântara e demais cidades

 

MATO GROSSO ===== 127V – Cuiabá, Chapada dos Guimarães, Nobres e a maioria das cidades

 

MATO GROSSO DO SUL  ===== 127V – Campo Grande, Bonito, Corumbá e demais cidades

 

MINAS GERAIS ===== 127V – Belo Horizonte, Ouro Preto, Mariana, Tiradentes, Diamantina, Juiz de Fora, Uberaba, Caxambu, São Lourenço, Monte Verde, São João del Rei e a maioria das cidades
220V – Uberlândia e algumas outras cidades

 

PARÁ ===== 127V – Belém, Santarém, Marabá, Alter do Chão, Altamira e demais municípios

PARANÁ ===== 127V – Curitiba, Foz do Iguaçu, Cascavel, Ponta Grossa, Ilha do Mel e a maioria das cidades
220V – Rio Negro e Guarapuava

 

PARAÍBA ===== 220V – João Pessoa, Campina Grande e demais cidades

PERNAMBUCO ===== 220V – Recife, Porto de Galinhas, Olinda, Fernando de Noronha, Tamandaré, Petrolina e demais cidades

PIAUÍ ===== 220V – Teresina e demais cidades

RIO DE JANEIRO ===== 127V – Rio de Janeiro, Niterói, Búzios, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Ilha Grande, Angra dos Reis, Paraty, Trindade, Petrópolis, Teresópolis e a maioria das cidades 220V – Nova Friburgo

 

RIO GRANDE DO NORTE ===== 220V – Natal, Tibau do Sul (Pipa) e demais cidades

RIO GRANDE DO SUL ===== 110V – Porto Alegre, Rio Grande, Canoas, Torres e alguns outros municípios
220V – Gramado, Canela, Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Bagé, Pelotas, Uruguaiana e outros municípios

 

RONDÔNIA ===== 127V – Porto Velho, Vilhena, Guajará-Mirim e demais cidades

RORAIMA ===== 127V – Boa Vista

SANTA CATARINA ===== 220V – Florianópolis, Balneário Camboriú, Joinville, Blumenau, Bombinhas e demais cidades

 

SÃO PAULO ===== 127V – São Paulo, ABCD, Guarulhos, Campinas, Guarujá, São Vicente, Praia Grande, Ilhabela, Ubatuba, Brotas, Ribeirão Preto e a maioria dos municípios
220V – Santos, Jundiaí, Bertioga, Caraguatatuba, São José dos Campos, Mogi das Cruzes, Vinhedo e algumas outras cidades

 

SERGIPE ===== 127V – Aracaju e a maioria dos municípios

TOCANTINS ===== 220V – Palmas e demais regiões, incluindo Jalapão

 

fonte: showmetech

  • Joinha 10

4 Comentários


Comentários em destaque

É interessante lembrar que no início do século 20, em cidades como São Paulo, já tivemos os sistema bifásico com 220V de fase a fase e 110V entre cada fase e o neutro. As fases de 110V apresentavam 180° de defasagem entre si.

Os transformadores de alimentação residencial tinham o secundário de 220V com uma derivação central.

Até hoje encontramos muitos produtos, por exemplo pequenos transformadores para aparelhos, onde temos as entradas marcadas com 0V-110V-220V.

Com a introdução do sistema trifásico, entre fase e fase continuamos com os 220V, mas entre fase e neutro temos 220V/√3 = 127V.

Devemos ficar atentos para as especificações de aparelhos comprados na China, onde temos entradas 110V +-10%, mas pretendemos ligá-los em 127V. Afinal, 110V x 1,1 = 121V, que está abaixo dos 127V encontrados no Brasil. Sem contar que os nossos 127V podem chegar legalmente aos 133,4V, ou seja, 12,4V acima do máximo esperado para estes aparelhos chineses.

É nesta hora que os capacitores eletrolíticos estouram!

Veja na figura abaixo a faixa de tensão permitida pela ANNEL:

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  • Joinha 4
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O blog é muito informativo ao explicar os aspectos técnicos das voltagens de 110V e 220V. Ele menciona que 110V é mais comum em países como o Brasil e os Estados Unidos, enquanto 220V é mais utilizado na Europa. Um ponto interessante é a discussão sobre eficiência e segurança. Por exemplo, aparelhos de 220V tendem a ser mais eficientes energeticamente porque usam menos corrente para a mesma potência, o que pode resultar em menores perdas de energia. No entanto, a segurança é um ponto de atenção, já que a tensão mais alta pode ser mais perigosa em caso de falha.

É importante considerar a evolução das tecnologias e as tendências futuras. Por exemplo, a crescente adoção de tecnologias de energia renovável, como painéis solares, pode influenciar a escolha da voltagem em sistemas domésticos. Além disso, a automação residencial e o uso de dispositivos inteligentes (IoT) podem exigir considerações específicas sobre compatibilidade e eficiência energética. Portanto, um aspecto interessante a explorar seria como essas novas tecnologias impactam a escolha entre 110V e 220V

Como a adoção de tecnologias de energia renovável e automação residencial pode influenciar a escolha entre sistemas elétricos de 110V e 220V no futuro?

 

[Link Removido - Dados Sociais]

  • Joinha 2
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Eu estive na China há alguns anos atrás, quando tinha minha empresa de Automação... Visitei algumas feitas para ver novidade, visitei algumas fábricas que tinham produtos que me interessavam e tal...

Nessa viagem acabei comprando muitas "amostras" para testar aqui no Brasil e uma coisa curiosa aconteceu com frequencia.... Itens que lá nas demonstrações funcionavem bem e de forma estável diversas vezes não apresentavam o mesmo desempenho e estabilidade aqui no Brasil. Na época conversei muito com os engenheiros chineses e uma das coisas que mais escutei deles foi que os itens de demonstração não são normalmente a versão final, e que o mesmo item funciona bem na China e fica instável no Brasil em função da "qualidade da eletricidade", que lá é muito mais estável e aqui no Brasil costumamos ter oscilações na corrente que chaga nas casas... Disseram que os "produtos finais" tem a estrutura já ajustada para suportar melhor as oscilações.

Acontece que isso já faz alguns anos e nem sei se a realidade ainda é essa, mas vendo esse artigo lembrei dessa situação.

Algum de vocês já tinha escutado algo sobre isso? Admito que nunca consegui comprovar nada, e que meus técnicos se dividiam nas opiniões sobre isso.

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